Editora: Arqueiro
Autor: Ken Follet
Nº de páginas: 880
Sinopse: 'Inverno do mundo' retoma a história do ponto exato em que termina o primeiro livro. As cinco famílias - americana, alemã, russa, inglesa e galesa - que tiveram seus destinos entrelaçados no alvorecer do século XX embarcam agora no turbilhão social, político e econômico que começa com a ascensão do Terceiro Reich. A nova geração terá de enfrentar o drama da Guerra Civil Espanhola e da Segunda Guerra Mundial, culminando com a explosão das bombas atômicas. A vida de Carla von Ulrich, filha de pai alemão e mãe inglesa, sofre uma reviravolta com a subida dos nazistas ao poder, o que a leva a cometer um ato de extrema coragem. Woody e Chuck Dewar, dois irmãos americanos cada qual com seu segredo, seguem caminhos distintos que levam a eventos decisivos - um em Washington, o outro nas selvas sangrentas do Pacífico. Em meio ao horror da Guerra Civil Espanhola, o universitário inglês Lloyd Williams descobre que tanto o comunismo quanto o fascismo têm de ser combatidos com o mesmo fervor. A jovem e ambiciosa americana Daisy Peshkov só se preocupa com status e popularidade até a guerra transformar sua vida mais de uma vez. Enquanto isso, na URSS, seu primo Volodya consegue um cargo na inteligência do Exército Vermelho que irá afetar não apenas o conflito em curso, como também o que está por vir.
No segundo volume da trilogia história O Século, Inverno do Mundo, é retratada os acontecimentos que antecederam, os que marcaram e as consequências da Segunda Guerra Mundial, que ocorreu entre os anos de 1939 à 1945.
Como a trama sofre um grande salto temporal em relação ao primeiro livro, Queda de Gigantes, o leitor é apresentado com uma gama de personagens novos, sendo que estes são a segunda geração das famílias que cativaram no primeiro volume. Este salto também possibilitou a exposição da nova época, que, apesar de ainda se agarrar a alguns costumes, é muito diferente, principalmente na questão social.
Além dos bastidores da Segunda Guerra Mundial, Follet explora ainda a formação da Alemanha nazista, a propagação fascista pela Europa, o governo de Stalin na União Soviética assim como mostra também a insatisfação e a luta daqueles que eram contra tais regimes totalitários e opressores, como durante a Guerra Civil Espanhola. Coloca o leitor também no meio de eventos que marcaram para sempre a história, como o bombardeio a Pearl Harbor e a criação daquela que seria a mais perigosa armar que o homem já criou, a bomba nuclear.
O objetivo daquela passeata era ostentar uma falsa autoridade, concluiu Lloyd. Os fascistas queriam dar a impressão de que tinham o direito de interromper reuniões políticas e evacuar prédios, de invadir casas e escritórios para prender pessoas, de arrastá-las para a prisão e campos para serem espancadas, interrogadas e torturadas, assim como os camisas-pardas faziam na Alemanha sob o regime nazista tão admirado por Mosley e pelo dono do Daily Mail, lorde Rothermere.
Algo que ficou muito claro em Queda de Gigantes é a forma como Ken Follet consegue criar personagens excepcionais. Nem perfeitos demais nem imperfeitos de mais, simplesmente na medida certa, pois mesmo que certo personagem tenha aquela característica que faria com que ele fosse um dos mais odiados da trama Follet surpreende o leitores ao adicionar o fator humano tanto para tentarmos entender seu personagem como para o crescimento pessoal do próprio, conseguindo assim surpreender o leitor.
Com todo o "elenco principal" foi trocado o leitor encontra novos personagens para conhecer, amar ou odiar e um desses novos personagens é Carla von Ulrich, filha de Maud e Walter, que ainda criança testemunha o início da Alemanha nazista comandada por Adolf Hitler. Carla sem dúvidas foi uma das maiores personagens de Inverno do Mundo, afinal ela se mostra uma garota com fortes princípios políticos e que ao mesmo tempo só quer ter a certeza de que sua família conseguirá sobreviver. Essa batalha entre o que é certo e o que é preciso saber é algo muito interessante de ver em Carla que com o tempo amadurece de forma tão completa que deixa o leitor de queixo caído com suas ações. O mesmo não pode-se dizer de seu irmão, Erik von Ulrich, que desde o início se torna um grande defensor dos princípios nazistas, mas que não tem a miníma ideia (assim como a maioria dos alemães) do que realmente acontecia na Alemanha dominada por Hitler.
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| Mussolini e Hitler |
- Pouco importa que as vítimas sejam deficientes físicos ou doentes mentais, pouco importa que não consigam se alimentar sozinhas ou estejam paralisadas. [...] Bebês indefesos e velhos senis também são filhos de Deus, e a vida deles é tão sagrada quanto a minha e a de vocês. [...] Matá-los é pecado mortal! Estou dizendo a vocês: se não tomarmos uma providência, estaremos pecando tanto quanto os médicos e enfermeiras que aplicam as injeções letais. Se ficarmos calados... Se nos calarmos, seremos assassinos também!
- É claro que os nazistas nunca vão admitir a derrota. Então mais pessoas vão morrer. Milhões. E pelo simples fato de que são orgulhosos demais para ceder. É uma insanidade. Uma insanidade.
Lloyd Williams segue como toda a sua família princípios políticos enrizados em democracia e direito aos trabalhadores e essa busca politica é o que forma toda a sua personalidade e o faz ir a luta por uma Europa mais justa. Um verdadeiro garoto de princípios. Assim como os filhos do senador americano Gus Dewar, Woody e Chuck, que tem cada um sua forma persistente, que pode às vezes ser chamada de teimosia, de seguir aquilo que gostam e acreditam tanto na politica quanto em suas vidas particulares.
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O coração de Chuck começou a bater acelerado. Os japoneses estavam bombardeando Pearl Harbor, e ele se encontrava numa pequena embarcação no meio da lagoa. Olhou para o rosto assustado dos outros - seus pais, seu irmão, Eddie -, e percebeu que todas as pessoas que ele amava estavam ali.
As tramas de Ken Follet são uma completa maravilha, tanto no quesito personagens quanto na parte histórica de sua obra, que demonstra uma grande pesquisa por trás e mais do que isso proporciona ao leitor uma certa avidez pelo conhecimento da época que ele está retratando. Follet consegue fazer com que cada acontecimento se transforme em algo de crucial importância para a trama. Sua escrita é crua e sem enrolações e isso torna tudo ainda melhor.
Inverno do Mundo é um livro maravilhoso e super recomendado para qualquer um que gosta de história e politica. Mas também é quase como uma saga familiar incrível em que cada personagem está ligado à outro de uma forma única. O último livro da trilogia irá continuar com o ponto histórico que vem logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, ou seja, a Guerra Fria, mas infelizmente o título e a data não foram divulgadas apesar de a previsão ser para o segundo semestre deste ano.
Trilogia O Século
#1 Queda de Gigantes
#2 Inverno do Muno
#3 Título não Revelado - Lançamento: segundo semestre de 2014
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