Skins, ao contrário da maior parte das séries juvenis, não tem medo de expor os problemas contemporâneos. Mesmo que, em certos casos, proponha uma narrativa exagerada, o conteúdo tem raízes reais, principalmente se formos considerar o quadro britânico. A soma entre a pressão que nos é depositada e a clara necessidade de fazermos escolhas desencadeia probabilidades desagradáveis não tão distantes quanto é imaginado. Vícios e distúrbios são problemáticas que caminham cada vez mais próximas da adolescência.
E é por toda esta representatividade que se torna praticamente impossível não se identificar com um dos personagens ao longo das três gerações de Skins. Apresentando desde a depressão até o preconceito, há sempre algum ponto que nos remete à nós mesmos. Até porque se há algo de fato agradável nas séries britânicas é a realidade exposta pelos atores. Mesmo que alguns se sobressaiam, em geral, todos se exibem dentro da normalidade diária e surrados pela rotina. Os efeitos das drogas, das festas e de todo o "agito" está presente como causa do cansaço. E, particularmente, considero a proximidade com a realidade um dos maiores atrativos.
Além disto, até sua forma de exibição é atípica, quebrando seu próprio padrão. Cada par de temporada apresenta seu próprio núcleo de personagens, com exceção da última (sétima). Esta apresenta o intuito de exibir o rumo tomado por alguns dos adolescentes, aquela de exibir a vivência nos dois anos últimos anos do Ensino Médio. Desta forma, a constante troca, por mais que desencadeie saudade, nos impede de aderir ao cansaço ou tédio.
Mesmo assim, é uma opinião praticamente geral a afirmação de que a série decaí muito ao longo de sua exibição. As duas primeiras gerações têm grande qualidade, porém, sua última não é tão agradável assim. Talvez pela repetição constante a respeito dos acontecimentos vivenciados por grupos tecnicamente iguais, talvez pela falta de novos problemas. De qualquer forma, a falta de conexão entre os personagens de gerações distintas faz com que não seja tão árduo largarmos apenas as que não nos agradam.
Realmente aconselho que seja dada uma chance. Os primeiros episódios provavelmente passarão uma ideia errônea a respeito das futuras ocorrências, portanto, não largue a série de uma vez. Busque fazer sempre uma análise mais profunda a respeito da significância do que é feito. Lhes garanto que há muito mais do que jovens superficiais e volúveis nestes personagens.
1ª temporada: São exibidos distúrbios alimentares, triângulos amorosos, relações íntimas com professores e o desejo de perder a virgindade. Tony, Michelle, Sid, Cassie, Maxxie, Chris, Jal Anwar protagonizam, contando com o apoio de inúmeros personagens secundários. Dentre eles está Effy, que, por mais que estrele um episódio, ainda não está no centro da série.
2ª temporada: Após acontecimentos negativos, é exibido um lado mais profundo. O foco não está mais voltado à pontos superficiais, mas sim à gravidez, ao aborto, às consequências de acidentes e ao desenvolvimento de problemas psicológicos. Mas, ainda assim, há também a superação e o início de uma nova fase marcada pela entrada na universidade.
4ª temporada: Os personagens centrais permanecem os mesmos, tendo agora de enfrentar a menopausa precoce, o fim dos relacionamentos, problemas familiares, namoros frustrantes e, até mesmo, a prisão. O fim é uma incógnita, exigindo do telespectador sua própria imaginação e interpretação. É certo que, de qualquer forma, não apresenta um desfecho compatível com a expectativa.
5ª temporada: Franky, Rich, Nick, Matty, Alo, Livi, Mini e Grace formam um grupo de atores praticamente iniciante na televisão, dando início à geração considerada como a mais desagradável da série. Deixa de ter como centro dos acontecimentos as drogas, o sexo e as festas, exibindo a face mais "clean" da série. É voltada principalmente aos romances e talvez por isso tenha sido tão criticada.
6ª temporada: Segue o modelo da geração, se focando basicamente apenas nos relacionamentos dos personagens. Expõe ainda mais drama, quase sempre ainda relacionado à Franky. Particularmente, considero como um dos desfechos mais estranhos dentre todas as temporadas. Isto porque acaba por ir contra tudo o que fora construído.
7ª temporada: Exibida como uma comemoração ao sucesso de Skins (e mesmo assim apenas este ano), mostra o rumo tomado por Effy, Cook e Cassie, além de contar com a presença de Naomi e Emily. Apesar de ir contra à grande parte do que, particularmente, havia pensado, não é ao todo ruim. Há a falta de diversos personagens que tiveram conclusões mais incertas, inclusive por não explicar detalhadamente o que ocorreu com o relacionamento de Cassie e Sid. Mesmo assim, aos que já acompanharam toda a série, seis episódios não são nada para sabermos o que os roteiristas desejavam, afinal, à alguns dos personagens mais marcantes da série.