Filmes #34 - Bling Ring

Título: Bling Ring: A Gangue de Hollywood
Título Original: The Bling Ring
Gênero: Drama
Duração: 90 minutos
Sinopse: Nicki (Emma Watson), Marc (Israel Broussard), Rebecca (Katie Chang). Sam (Taissa Farmiga) e Chloe (Claire Julian), entre outros jovens de Los Angeles têm em comum uma vida meio vazia, de pais ausentes, como Laurie (Leslie Mann), mãe de Nicki, que não tem a menor noção do que as filhas estão fazendo nas ruas, durante o dia e, pior, durante a noite. Fascinados pelo mundo glamuroso das celebridades das revistas, como Paris Hilton, e artistas como Kirsten Dunst, o grupo começa a fazer pequenos assaltos na casa dessas pessoas, quando descobrem que entrar nas residências deles não é nada difícil. Cada vez mais empolgados com "os ganhos", o volume dos saques desperta a atenção das autoridades, que decidem dar um basta nos crimes dessa garotada sem limites. Baseado em fatos reais.

Mesmo dispondo de uma base propícia ao desenvolvimento de uma história de qualidade e aprofundada, Bling Ring parece desperdiçar todo o seu potencial com a construção de um cenário completamente superficial. É mais que clara a crítica ao sistema de consumo descontrolado e ao desejo constante de nos apoderarmos de uma identidade que não nos pertence, porém a forma com a qual tudo soa raso é absolutamente desagradável. A profundidade psicológica, que costuma ser um dos fatores mais atrativos nesse foco cinematográfico, foi simplesmente deixada de lado para abrir espaço às drogas e festas intermináveis.

A narrativa centra-se em cinco jovens que estudam em uma espécie de instituição voltada aos perdedores, abrigando os que obtiveram problemas anteriormente. Deslumbrados com o modelo de vida basicamente insustentável dos famosos, eles passam a cometer uma série de invasões para obterem não apenas objetos de valores surreais, como uma parte da personalidade que admiram - e que lhes falta. Desta forma, descobrem, através do Google, não apenas o endereço de suas vítimas como notícias de suas viagens. É até irônica a facilidade com a qual o filme demonstra sua invasão, principalmente quando simplesmente encontram uma chave debaixo do tapete. E mais ainda ao considerarmos que tudo é baseado em fatos reais!

Com os milhões que roubam até de forma sorrateira, basicamente compram sua entrada à aceitação social. Seu histórico de crimes é bem visto simplesmente por se direcionar às figuras de influência da época, como Lindsay Lohan e Paris Hilton. Assim, através de um status superficial e de uma riqueza roubada, eles obtêm popularidade e certa adoração em clubes e casas noturnas. O grande erro dos jovens ladrões, porém, é o constante anseio de ultrapassarem sempre novas barreiras. Seguindo o padrão humano de desejar voar cada vez mais alto, entram mais fundo em seu histórico de ladroagem, mesmo que por vezes amedrontados.

Por mais que o enredo em si seja interessante, não transpassa de fato a mensagem principal. É clara a falta de um aprofundamento não apenas no roteiro, como na atuação de grande parte dos atores - dos quais, particularmente, esperava bem mais. Mesmo os protagonistas centrais parecem apagados, tendo como uma única salvação no núcleo principal Emma Watson. Mas nem ela reverte a repetição exagerada de inúmeros momentos que torna o filme cansativo e entediante.

Particularmente, até recomendaria que o filme fosse assistido pelo fato de ter conquistado muitos indivíduos, principalmente adolescentes. Porém, caso o façam, sugiro que, preferencialmente, não tenham nenhuma grande expectativa a respeito do enredo. Mesmo porque a única parte realmente agradável, com exceção do desfecho - que parece inacabado -, é o típico desejo de usufruir das mesmas riquezas.