Filmes #30 - A Mentira

Título: A Mentira
Título Original: Easy A
Gênero: Comédia, Romance
Duração: 92 minutos
Sinopse: Olive (Emma Stone) era aquele tipo de estudante cuja presença não era notada por ninguém, além de sua melhor amiga Rhiannon (Alyson Michalka). Quando ela a convida para passar um fim de semana acampando, Olive dá como desculpa que irá se encontrar com alguém. Na segunda seguinte Rhiannon lhe pergunta como foi o encontro e, para manter a história, Olive diz que perdeu a virgindade com ele. A notícia é ouvida por Marianne (Amanda Bynes), a crente da escola, que logo a espalha para os demais alunos. A situação altera o modo como as pessoas olham para Olive, o que faz com que ela se sinta dividida: ao mesmo tempo em que se sente mal por olharem para ela graças a uma mentira, ela gosta de enfim receber a atenção das pessoas. A situação potencializa ainda mais quando ela aceita a proposta feita por Brandon (Dan Byrd), seu amigo gay, de que finjam ter relações sexuais durante uma festa onde todos da escola estejam presentes. Desta forma Brandon passa a ser visto como heterossexual, deixando de ser perseguido, e Olive assume de vez a figura de vadia da escola. Só que ela não podia imaginar até onde sua fama iria levá-la.

Abordado de forma rasa e resumida, A Mentira pode ser facilmente confundido como um típico filme juvenil protagonizado no ambiente escolar americano. E, em certos aspectos, realmente é. Mas, se há algo que de fato me agradou, foi a quebra de inúmeros paradigmas e repetições que estamos exaustos de ver. A personagem principal não é adorada, nem sequer tem uma paixão irrevogável pelo capitão do time de futebol. E até mesmo a cruel menina loira tem lá suas distinções, fazendo com que o filme mescle inovação e aspectos clichês.

"Eu costumava ser invisível para o sexo oposto. Se o Google Earth fosse um cara, ele não conseguiria me encontrar nem se eu estivesse vestida como um arranha-céu."

Olive (Emma Stone) é, em suas próprias palavras, invisível. Entretanto, tudo muda com um ocorrido inesperado. E não é nem de longe um convite para o baile vindo do garoto mais popular da escola. Ao mentir afirmando ter perdido sua virgindade com George, um falso universitário, toda a sua vida vira de cabeça para baixo. Isto porque Marianne (Amanda Bynes), uma cristã fanática e pretensiosa, ouve e espalha a história por toda a escola, tachando-a vulgarmente de promíscua.

Ingenuamente responsável por essa fofoca, Olive passa a utilizá-la para ajudar garotos desesperados, afirmando ter mantido relações sexuais com eles em troca de recompensas monetárias. Assim, sua reputação se torna cada vez pior, sendo tão conhecida quanto detestada. É claro que ela finge não se importar, mas o faz desde o início. Tanto que ao ouvir comentários negativos a seu respeito, surta e passa se vestir de forma vulgar, carregando um "A" de adúltera em suas roupas, em uma referência à Letra Escarlate.

Apesar de ter um desfecho totalmente preso aos padrões, a história em si é feita para ser cômica e brincar com situações óbvias. Desde Olive e seu amigo homossexual, Brandon (Dan Byrd), fingindo estarem tendo uma relação sexual até às próprias falas. Não é exatamente o filme ideal para toda a família, mas interessante para o público jovem, principalmente aos que tem certa familiaridade com a cultura pop. De qualquer forma, traz a sensação de conclusão, além da moral típica dos filmes adolescentes de "seja quem você é". É uma obra basicamente dependente do carisma de Emma Stone, já que todo o humor e quase todas as ocorrências se centram ao seu redor.