Livros #27 - Baroak, a estrela

Título: Baroak, a estrela

Editora: Novo Século

Autor: Cris Motta

Número de páginas: 311

Sinopse: Todos nós, seres humanos, temos um poder transformador. Os aparentes conflitos e incapacidades podem ser o combustível essencial para nos tornarmos grandiosos, levando a uma experiência fora do comum, uma experiência mágica. Beatriz Comarin é uma adolescente de treze anos que vive o conflito de sentir-se excluída do grupo de pessoas de sua idade, abrindo-se, apenas, às estrelas do céu – suas amigas confidentes. A mudança em sua vida começa quando seu pai, Carlos Comarin, é transferido a trabalho para a Arábia, e ela e sua mãe Helena são obrigadas a segui-lo. Lá, a jovem compra um pote de cristal em formato de estrela das mãos de uma misteriosa mercadora, que a aconselha a abri-lo apenas quando realmente precisar. Beatriz não imaginava que naquela estrela estava Clair Baroak, uma djinn para os orientais, um gênio para os ocidentais, que entra em sua vida e, entre paixões, dissabores, festas, viagens ao Chile, à Europa, e projetos de vida, a transforma completamente. Bia não só aprende sobre um mundo místico, como acaba fazendo parte de uma história que está apenas no começo. Por meio de uma linguagem simples e descontraída, o leitor identificará em Baroak – A estrela sentimentos que o acompanharão a vida inteira: o medo e a coragem.

Não sei se eu consegui formar uma opinião exata do livro. É bom? Sim! Mas tem vários aspectos do livro que não me agradou. Muitas vezes eu fiquei bem nervosa com a personagem na verdade. Foi aí que percebi, exato... a personagem. Justamente ela é o ponto negativo do livro, para mim. Mas calma... vamos por partes.

O livro é sobre uma garota, Beatriz. Aquela típica aluna inteligente que é apaixonada por aquele cara (Rodrigo) que todas desejam e que é motivo de brincadeiras de mal gosto por aquelas meninas populares. O começo parecia apenas um livro adolescente, com aquelas histórias de populares x excluídos. Mas o desenrolar foi acontecendo e entrou um outro gênero, o sobrenatural. Após algumas páginas, uma nova personagem entra em ação, Clair, uma djinn. Como todos sabem, agora Beatriz tem o direito de realizar 3 desejos. Mas o interessante, é que ela não usa Clair, ela constrói uma amizade com a mesma. Ao decorrer, as duas se tornam como irmãs e isso faz com que a djinn tenha um sentimento muito forte por Bia, já que a maioria dos humanos os exploram. 

Bom, o livro gira em torno, basicamente, disso. A amizade das duas, as inseguranças de Bia, que logo desaparecem, a evolução, o amor...

Não contarei detalhes, que são importantes demais, para evitar spoilers. Mas saibam que após a metade do livro, o rumo fica totalmente sobrenatural, uma nova perspectiva, um novo núcleo para o enredo. Tudo mudo.

Bia conhece um mundo mágico, seres mágicos... e vocês podem imaginar o que pode ocorrer, não?

"Todos nós, seres humanos, temos um poder transformador. Os aparentes conflitos e incapacidades podem ser o combustível essencial para nos tornar grandiosos e nos levar a ter uma experiência fora do comum... Uma experiência mágica!"

Bom, mas agora vocês me perguntam. O que existe de negativo no livro? Certamente, Beatriz. Como já comentei. Então vou contar todos os aspectos que me incomodaram sobre ela no livro. Primeiramente, a inteligência. Como Karol?? Isso mesmo. A garota é inteligente, ok. Sabemos disso. Mas precisa ficar focando nisso 55% do tempo? Sem contar, que muitas vezes, sinto Beatriz muito arrogante e cheia de si. Talvez até menosprezando pessoas que ela se imagina mais inteligente. O tempo todo: Bia ganhou isso, nota máxima naquilo, ela é um gênio, sabe todas as matérias possíveis, etc. Eu achei irritante. Tinham momentos em que eu esperava que ela se desse mal, de verdade. Bom, outro fato é a indecisão. Amou uma pessoa desde criança, depois fica indecisa se ama ou não (Ok, até ai, compreensível). Mas logo depois que um novo interesse amoroso surge em sua vida, ela esquece do antigo e até mesmo o usa. (Para mim, uma pessoa ficar com uma pessoa que não é a certa, só para esquecer outra, é usar). Parece que tudo que Beatriz sempre desejou e com o tempo conseguiu, não serve mais para nada. É jogado no lixo. Outra fato implicante na mesma, é o fato de querer ser uma pessoa poderosa. "Eu posso, eu vou, eu consigo, eu quero, eu não sou humana, sou forte demais e não ligo se colocar todos em perigo". Deu para entender? Mas.... tirando este fato, tirando a personagem principal. O livro é muito bom. Os outros personagens conseguem, para mim, serem muito superiores a Beatriz. Talvez apenas eu ache Bia uma personagem irritante, a maioria a ame de paixão. São opiniões, e cada um tem uma. Amo estes gêneros sobrenaturais, logo, a leitura foi super rápida. Vale lembrar, que apesar destes pontos negativos... a leitura flui naturalmente. 

"Hoje existimos, daqui a minutos ou segundos podemos não existir mais."

“O que durante muito tempo tinha sido o seu mais profundo desejo, agora era um enorme ponto de interrogação. Beatriz sentia que estava mudando profundamente.” 

Recomendo o livro para todos que curtem aqueles finais fantásticos. Sim, Baroak possui um final eletrizante. Que, para mim, fez todos os pontos negativos evaporarem. Uma obra nacional que só demonstra o quanto temos autores capacitados, criativos. A capa é muito linda, bem delicada. Cris, uma autora fantástica com uma escrita bem dinâmica. Mas e vocês, já leram? Pretendem?