Livros #22 - Dizem por aí...

Título: Dizem por aí...

Editora: Novo Conceito

Autor: Jill Mansell

Número de páginas: 430

Sinopse: O namorado de Tilly Cole acaba de se mudar do flat deles com metade de suas coisas. Sem nada para prendê-la, Tilly decide rapidamente morar mais perto de sua melhor amiga, Erin, em um vilarejo minúsculo em Cotswolds. Lá, Tilly é contratada no mesmo momento como faz-tudo em uma empresa de design de interiores. Para sua surpresa, a cidade pequena transborda escândalo, sexo, fofoqueiros e boatos, focados basicamente em Jack Lucas, o homem lindo de muita classe e melhor amigo de seu chefe. Todos falam para Tilly ignorar o encanto por Jack, que ela será apenas outra em sua cama se ela se deixar levar; mas Tilly, que trabalha ao lado de Jack, enxerga uma parte carinhosa e cuidadosa dele que não é revelada à cidade. É impossível que ele seja a mesma pessoa de quem todos falam. Ou é possível? Tilly deve separar os fatos da ficção e seguir seu instinto neste divertido romance moderno.

Minha primeira impressão do livro foi: "Ah, legal... um romance. Vou ler depois". Vocês não sabem o arrependimento que fiquei por ter demorado tanto para fazer essa leitura. Calma! Não é que eu não goste de romances, pelo contrário, amo! Mas eu estava procurando um romance mais adulto, maduro para ler. E quando estava com este livro em mãos, pensei que fosse apenas mais um romance esquecível. Me enganei feio.

Tilly é uma garota diferente, mas comum. Estranho? O diferente é que ela foge dos esteriótipos personagem principal que os autores costumam escrever. Aquela garota encantadora, linda, perfeita, apaixonante... ela é comum, madura, adulta. Comum, pelo fato dos pensamentos e atitudes da garota serem semelhantes aos nossos, o único problema é a coragem para admitir. Você se mantém em um romance por estar acomodada e não querer ferir os sentimentos da pessoa ao seu lado? Que isso, não... magina.

Depois de todo o término de um relacionamento, Tilly passa por aquela fase confusa consigo mesma. Mas isso muda rápido, quando seus pensamentos não são outros: Mudar-se para perto de sua amiga Erin. Radical? Muito. Mas não tinha mais nada que a prendesse. Se mudar para uma cidade pequena parecia o certo a se fazer, um recomeço, uma nova vida. Claro que tudo isso ocorria pelo fato de uma oportunidade única, trabalhar em uma família como uma faz-tudo. Não, não estamos falando de 50 tons, portanto, não pense besteiras! 

- Quero esse emprego - confirmou Tilly. - Apesar de supor que deva falar primeiro com a Erin, verificar as credenciais de vocês. Vocês podem ser uma família de doidos delinquentes.

- Contar o quê? – Tilly se endireitou na cadeira, com o estômago se comprimindo de apreensão. Só porque estava tudo dando certo. – Eu preciso – disse Max, calmamente. – Seria injusto não contar. Pelo amor de Deus, eles eram o quê? Vampiros?

E assim começa a jornada de Tilly e o caminhar do enredo. Cidade nova, vida nova, pessoas novas. Porém, toda cidade pequena possui um contra, não? Fofocas. Sim, muitas. A garota que que usou a mesma roupa dois dias seguidos... O cara que novo musculoso, a briga na loja de roupas. E neste livro não é diferente, o único problema é que todas as fofocas parecem girar em torno de uma pessoa... Jack Lucas. Aquele cara lindo, charmoso, forte. Mulherengo. Aquela pessoa que possui diversos avisos para as moças corretas: Fique longe!

Muitas coisas ocorrem ao decorrer do livro. O interessante é que não centra apenas na vida de Tilly. Podemos conhecer diversos personagens, como as garotas fúteis, mais sobre a família onde ela trabalha, sua amiga, seu caso amoroso, a mulher megera, ...

Pense em um enredo chamativo? Acredite, o livro não é pequeno e li em dois dias. Você não consegue largar. Você quer saber mais da vida de Jack, de Tilly. O que ocorrerá com Erin, a megera da Stella (que não é tão má assim). Entre muitas outras coisas, posso resumir como um romance maduro, bem construído. Personagens marcantes e sem a mesmice dos contos de fadas dos romances atuais. Parece algo real. 

Mas quem disse que tudo são rosas? Meu único ponto negativo vai para a construção de algumas cenas e do final. Algumas partes do livro pede por mais, queremos mais... Mas são tantas coisas para se narrar e tantos personagens que a autora não dedica muito tempo para todas as cenas. Claro, algumas precisam ser curtas para serem desnecessárias. Mas outras cenas de diálogos ou fatos importantes poderiam ser prolongadas. Outro ponto é o final. É bacana? Sim. Mas poderia ser melhor. Poderia terminar de uma maneira melhor. Algo mais envolvente. O último capítulo foi rápido demais, um pouco mais de emoção teria sido perfeito. Mas admito, todos os pontos positivos ultrapassam qualquer um desses negativos e é uma leitura mais que recomendada. 

Ele pegou o casaco impermeável da mão dela.

- Então eu vou embora agora? Cumpri meu dever e agora você está me mandando embora.