Livros #10 - Yellow Moon

Título: Yellow Moon - A cidade lobo
Editora: Acaiah
Autor: Caesar Moura
Número de páginas: 148
Sinopse: John Fuller é um menino de 12 anos que foi nascido e criado na insignificante Yellow Moon, cidadezinha do interior do Oregon, EUA. John vê sua rotina de surras e humilhações na escola ser interrompida pelo misterioso e brutal assassinato de três de seus colegas de turma. O que ele não podia ima-ginar é que a busca pelo assassino fará emergir da sombria floresta de Golden Leaves criaturas que só deveriam existir nos filmes, criaturas essas que virão em seu encalço. Mas o que é crescer, envelhecer, se não ter de aprender a lidar com os monstros que vivem fora e dentro de cada um de nós? “Yellow Moon, A Cidade do Lobo”, nos faz lembrar do quanto ser jovem pode ser perigoso e do quanto subestimamos uma das fases mais importantes de nossas vidas.

Por onde começar? O livro é pequeno, mas seu conteúdo é realmente abrangente. Tudo é bem explorado e com dilemas atuais dos jovens, como por exemplo, o bullying. O problema existe e não podemos fechar os olhos e fingir que não esta lá, milhares de jovens sofrem com isso e o resultado, na maioria das vezes, é assustador. O pior é saber que este é um problema que dificilmente terá uma solução, pessoa ruins existem e sempre vão existir, não importa a idade, e é realmente isso que o autor explora de uma maneira bem clara.

Vou começar citando a capa, que é realmente linda! Já tinha citado isso antes, mas falarei de novo. Todos os detalhes foram pensados. Agora, devo admitir, que John me deu raiva em boa parte da leitura, porque apesar de saber que uma crianças de 12 anos, sofrendo tantos traumas, sofrerá com certeza com problemas de auto estima, isso me irrita na maioria das vezes. Personagens que ficam se lamentando mais da metade do livro, com frases totalmente depressivas e passivas, me da vontade de entrar no livro só para dar uns tapas de realidade. Mas ai eu me toquei (o que uma crianças de 12 anos pode fazer para se defender de 3 crianças da mesma idade?). Sim, exatamente, nada. Nestes casos somente a família pode ajudar, mas e quando a coragem para contar não existe ou quando sua mãe "parece não se importar?" São questões que o jovem John passa constantemente no livro.

Mas .... engana-se quem pensa que o livro tem essa temática como principal. Eu pensei também ao começo da leitura, até pensei ter me enganado sobre o conteúdo do livro. Mas o rumo muda completamente depois de alguns ataques cruéis que Fuller estava sofrendo. Repito, muda drasticamente. Após os três garotos que atacavam John constantemente morrerem na floresta por nada mais, nada menos, que um lobisomem.

Se você pensou em seres totalmente apaixonantes como os retratados em modinhas recentemente, esqueça. Neste livro, tudo é retratado de uma maneira bem diferente, original e realista. Chega de seres sobrenaturais bonzinhos, amorosos e todo aquele romance patético! Chegou a hora de conhecer quem eles realmente são (sim, vampiros também). Nada de tardes deitados na floresta apreciando o brilho do sol, aqui eles matam (de verdade), odeiam, são seres horrorosos mas que ao mesmo tempo, sabem do seu devido lugar.

Depois de me depara com uma enxurrada de sites sobre Taylor Lautner, encontrei três ou quatro que falavam da mitologia que envolvia os lobisomens. Jistórias da Grécia antiga, balas de prata, transformações sob a lua cheia e vampiros. A julgar pelo material que se tem na internet os lobisomens são simples personagens criados com a única finalidade de serem coadjuvantes em histórias protagonizadas pelos vampiros.

O desenrolar passa pelas questões de descoberta de Fuller. Existem ou não? O que esta acontecendo nessa pequena cidade? E garanto, grandes descobertas serão feitas. Como já citei, apesar de poucas páginas, tudo se desenrola e é exposto de maneira bem inteligente. Personagens que se parecem bem reais e uma trama bem envolvente, isso o livro tem de sobra. O autor escreve muito bem e mostra que possui uma bela criatividade! Um livro pequeno pode sim, cativar e conquistar seu público. O final é o que mais lhe chama a atenção, isso não se deve nem ao fato de como o primeiro volume terminou, quais os caminhos que os dramas de Fuller tomou, mas se deve ao fato de lhe fazer querer ler o segundo volume imediatamente. A forma como John questiona seus sentimentos no final do livro é bem intrigante (Não ... será que ele vai ficar com ... ? Não acredito! Não esperava por essa) O que vai acontecer com estes sentimentos eu não sei, mas que deixou uma grande pitada de curiosidade, isso deixou.

... Cada decisão que tomamos é uma fogueira que acendemos... Mesmo depois que o fogo se apaga é possível olhar para trás e ver o rastro de fumaça que deixamos... Eu sou o rastro de fumaça da floresta inteira que sua escolha queimou!

Bacana, não? Quem já leu o livro? Comente o que acharam. E quem não leu, recomendo que leia. É uma bela obra nacional que deve ser valorizada e divulgada! E falando em divulgação, olha que legal, o lançamento do segundo volume acontecerá logo mais: