Livros #8 - 50 tons de cinza

Título: 50 tons de cinza

Editora: Intrínseca

Autor: E.L James

ISBN: 9788580572186

Número de páginas: 480

Sinopse: Quando Anastasia Steele entrevista o jovem empresário Christian Grey, descobre nele um homem atraente, brilhante e profundamente dominador. Ingênua e inocente, Ana se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Grey, está desesperadamente atraída por ele. Incapaz de resistir à beleza discreta, à timidez e ao espírito independente de Ana, Grey admite que também a deseja.

Bom, por onde começar? Primeiramente quero deixar claro uns fatores importantes; 1 Sou extremamente sincera com minhas opiniões sobre os livros que leio, portanto, você que leu 0923758937685 resenhas positivas sobre este livro, já aviso, a minha não será mais uma delas; 2 Colocar um lembrete +18 em uma resenha na internet é a mesma coisa que a caveirinha e aviso de morte em maços de cigarros, não funciona; 3 Por motivos óbvios, eu respeito todos os meus leitores, assim, tomei extremos cuidados ao escrever esta resenha para ser compatível com todas as idades. Pronto! Agora podemos começar.

Vou comentar primeiramente sobre as personagens, por ser o assunto menos complexo. Ao todos, eu gostei de quase todos, e esse pode ser o único ponto positivo neste livro. Todas as qualidades foram bem atribuídas e personagens bem elaborados e diferentes. Ana é adorável, apesar de todos os momentos que penso em diversas formas como ela pode ser tão estúpida, gosto da maneira inteligente e diferente que ela constrói. Grey para mim, é apenas aquele cara lindo em que todas param para olhar, mas no fundo sabem que não presta. Os preferidos, ironicamente, são os de segundo plano, como Kate, que consegue identificar desde o começo a identidade de Grey e namora com o romântico irmão do mesmo, Elliot. A família de Ana e Grey são ótimas, um dos pontos fortes do livro.

Agora, preciso comentar, passei metade do livro desejando que fosse uma narrativa de Kate e Elliot, acredito que os dois dariam algo mil vezes melhor. Voltando ao foco, vamos para o contexto. Algo bem típico, uma garota conhece um cara por acaso do destino, os dois ficam hipnotizados um pelo outro e começa o "romance". Só que neste livro, é tudo diferente. Não tem romance. Não tem amor. Não tem futuro. Não tem história entre eles. É tudo extremamente físico. Não é uma relação e muito menos algo que se possa esperar flores, chocolate e mensagens de "eu te amo". 

— Quando você está aqui, você é completamente minha,  — ele
respira, cada palavra é lenta e medida. — Para fazer como eu achar melhor.
Você entende?  

Agora vocês me perguntam: Poxa, se isso não é um romance casual, porque você não gostou? Você prefere clichês e coisas óbvias? Não, não é isso. Tudo poderia caminhar para algo realmente diferente, se não fosse por alguns pontos que a autora aborda, que eu realmente sou contra, vamos ver alguns deles? 1 A mulher como submissa, eu realmente tentei entender o que a autora pensou ao escrever colocando a mulher neste plano, cada um tem sua maneira de interpretar, mas eu, detestei isso. Colocar o homem como uma majestade e a mulher obedecendo tudo, foi algo realmente constrangedor; 2 A violência contra as mulheres, sim, eu não gostei disso. Vocês podem achar que eu estou exagerando, mas eu me pergunto, uma mulher que apanha ao negar fazer algo que um homem pede, não é violência? Agora, vamos recapitular, isso tudo poderia ser normal, se ela escrevesse de uma maneira negativa, mas não, ela escreve de uma maneira em que a mulher gosta de ser submissa, gosta de apanhar, e eu nunca vou me agradar lendo um livro com essa temática.
Agora vamos esquecer um pouco este fator e vamos para alguns detalhes da escrita e o final do livro. A escrita não é ao todo ruim, a autora escreve bem, mas algumas características poderiam ter sido mais elaboradas, você que leu o livro, tente contar quantas vezes ela cita Ana mordia os lábios, ruborizava ou revirava os olhos e depois me conte quantas vezes foram.

— Nós estamos aqui porque você disse sim, Anastásia. E você correu de mim. Eu vou bater em você seis vezes, e você vai contar comigo. Porque diabos ele apenas não vai em frente? Ele sempre faz uma boa refeição para me punir. Eu reviro meus olhos, sabendo muito bem que ele não pode me ver.

Agora vamos ao final do livro, que foi, por incrível que pareça, a única parte que vibrei. Não vou revelar nada, para caso algum de vocês forem ler, mas acredito que foi a única hora em que Ana agiu como uma mulher de verdade e colocou Grey em seu devido lugar. Foi este final que me fez querer ler a continuação para ver como será Ana depois daquele momento. Não vou dizer para ler ou não, fica a critério de cada um, mas aqueles que já leram, gostaria de ler suas opiniões aqui, sinceras, sobre o que acharam do livro, e aqueles que pretendem ler, também gostaria de saber o que acharam depois que terminarem.

(A série é composta por: 50 tons de cinza, 50 tons mais escuros, 50 tons de liberdade)

UMA CRÍTICA IMPORTANTE: Quero deixar uma opinião, um pouco quanto frustante, em relação a distribuição do livro. Eu fiquei muito decepcionada com a divulgação do livro, em nenhum momento vi alguém se importando com quem vai ler o livro, qual vai ser o público. Eu realmente me importo com quem vai ler este livro, tudo bem, existe a internet, qualquer um pode ler este livro, mas um pouco de responsabilidade cairia bem, não é mesmo? Quer dizer, se uma criança de 14 anos, que lê a sinopse (que em nenhum momento passa a entender que é um livro para +18, nem em sua capa, ou em avisos da editora), acha interessante e deseja comprar, ela compra por várias razões. Os pais não vão proibir, pois pai nenhum irá proibir o filho de comprar um livro, para ele, isso nunca poderá lhe causar nenhum problema. E segundo, o livro é vendido para menores sem problema algum (pude perceber isso na Bienal). Agora, ok, podem me criticar por estar sendo tão dura, mas para mim, isso pode causar sérios danos para as crianças, adolescentes, principalmente aqueles que são bem influenciáveis (um grande número), em futuro não muito distante, os meninos podem se espelhar em Grey, assim como as meninas vão aceitar ser como Ana. NÃO É EXAGERO! é a realidade, um livro pode mudar comportamentos de diversas pessoas. Acho o cúmulo esse livro ser vendido perto de livro infantis, quem poderia imaginar, que um livro com um conteúdo tão forte iria ser vendido ali? Perto de livro como O filho de netuno, como treinar seu dragão e variados. EU acho isso um absurdo, porque EU não gostaria de um filho meu lesse esse livro, sou totalmente contra o amadurecimento precoce. Mas esta é a MINHA OPINIÃO! Afinal, cada um pensa de uma maneira.